Minas, quem te conhece…

Viajando por Minas Gerais com a família, chegamos a Bichinhos, que pertence ao município de Prado e localizado a oito quilômetros da cidade de Tiradentes. Nesse lugar discreto e escondido, vi alguns dos trabalhos que mais me encantaram nos últimos tempos.

As obras de Fabio Francino, artesão de papel machê, já se destacam assim que passamos na frente de seu ateliê: um casal dançando o que parece ser um tango, bailarinas se exercitando e o Chaplin de pernas compridas. Esculturas cheias de expressividade, vida e movimento. Muitas de suas peças me remeteram à estética do cineasta Tim Burton e outras referências contemporâneas incomuns ao universo do artesanato mineiro.

Chegamos com duas crianças super curiosas que logo reconheceram o Pequeno Príncipe que Fabio modelava. Com humildade, explicou como fazia o papel machê, primeiro criando a estrutura de arame para depois modelar.

O irmão do Fabio, Silas Vilel, também tem a veia criativa. Começou criando peças sacras entalhadas na madeira e, de tempos para cá, desenvolveu um estilo próprio e também atraente.

No ateliê de Fábio havia uma obra que nos levou a poucas quadras de lá, até o espaço do cartunista Berzé, uma figura muito simpática e que, como bom mineiro, faz a gente garrar na conversa e não largar mais.

Berzé, que já fez cartoons para jornais de minas, hoje está aposentado e utiliza suas técnicas de cartunista em várias de suas obras, como os pedaços de madeira em que pinta personagens e caricaturas.

Minha última parada em Bichinhos foi na renomada Oficina de Agosto, criada por três irmãos que se juntaram a artesãos da região com a intenção de recuperar o artesanato brasileiro e desenvolver peças que são exposta e vendidas no espaço.

O foco no artesanato tradicional mineiro não é muito a minha preferência, mas há belas peças e o espaço é lindo. Vale conferir.